Praias gauchas: Tramandaí, Quintão, Mostardas, São José do Norte e Rio GrandeA maior costa retilínea do mundo, que vai do Rio Araranguá em Santa Catarina até a Punta del leste uruguaia, é uma extensa e deserta faixa litorânea que oferece uma infinidade de diferentes paisagens.Conheça parte dessas guascas amplidões rodando pela praia de Mostardas até São José
do Norte, a mais bela porção do litoral gaúchoGuascas amplidõesAos desacostumados olhos urbanos, a achatada planície litorânea onde céu e água se confundem com a bruma do mar e a areia das dunas, pode parecer, num primeiro momento, apenas uma bela - mas monótona - visão de exuberante natureza. Descobre-se aos poucos que a monotonia é falsa, mas a beleza não.
Praticamente todo o litoral gaúcho, a partir de Tramandaí e Cidreira , apresenta praias rasas e continuas. Mas é entre Mostardas e São José do Norte, às margens da Barra do Rio Grande - a temida "Barra Diabólica" dos antigos navegadores -, que está localizado o trecho mais agreste da região. O asfalto já chega até Mostardas, mas, pelo caminho que beira a praia, só vai até Quintão, 44 km ao sul de Tramandaí. Mostardas, início e término dessa aventura, é importante referencial do roteiro.Box:É em Quintão que começam as emoções. Exatos 296km de praias desertas e outros 336km de trilhas, incluindo a temida “Estrada do Inferno”, que dependendo da época, pode ser lama pura ou puro areão.Lagoa do Peixe e Farol da SolidãoDistante de Quintão apenas 50 km praia afora, o Farol da Solidão, ao lado de uma pequena vila de pescadores, é a primeira dica do roteiro, Lá no meio do nada, se esconde atrás de uma duna o Bar do Pedrinho, verdadeiro porto Seguro. Lá, podem-se encontrar cabos para ajudar a desatolar veículos de qualquer tamanho, tornar uma cerveja gelada e ouvir muita história, Dos tufões aos naufrágios, uma tarde inteira de papo sob a brisa do Carpinteiro, o eterno vento que soprado mar. Mais 120 km separam o Farol da solidão dos limites da Lagoa do Peixe, esta uma aventura à parte. Cruzar esse Parque Nacional exige autorização prévia do Ibama, ou a providencial ajuda de algum pescador, que pode servir de guia, sem o qual será preciso voltar. O cenário e de tirar o fôlego, mas na trilha, invisível no meio da água, é fácil encalhar. Para passar por lá, só de 4x4. Sem tração, nem pensar.Há pouquíssimos humanos por esses caminhos, mas uma "multidão" de aves. São gaivotas, patos e garças à beira-mar - Mar de Fora - e maçaricos, biguás e socós às margens da Lagoa dos Patos - o Mar de Dentro. Para vê-los de perto - a lagoa e os pássaros - é preciso enfrentar 130km e trilha - areia pesada - até Mostardas e mais 18km até a Ponta do Cristóvão Pereira - Puro off-road entre a Lagoa e o mar.Dunas GaúchasO litoral do Rio Grande do Sul é, na verdade, uma planície arenosa com incontáveis ecossistemas que incluem praias, dunas, lagoas e lagunas, falésias, ilhas, pântanos salgados, banhados, campos e matas de restinga. As dunas costeiras, por exemplo, estendem-se par 600 km do litoral gaúcho, desde o arroio Chuí, na divisa com o Uruguai, até o Rio Mampituba, na cidade de Torres. Essas dunas servem de barreira natural à invasão da água do mar após as ressacas e mesmo contra a dispersa0 da areia da praia para áreas interiores.De acordo com estudos realizados pela Universidade do Rio Grande nas imediações do Farol da Sarita - situado 56 km ao sul do balneário de Cassino e nas proximidades da Estação Ecológica do Taim, em direção ao sul do estado -, uma duna móvel chega a se deslocar até 5 km numa única semana. Didaticamente, pode-se dizer que as dunas ocupam três faixas ao largo da linha d'água As da primeira faixa, logo depois da praia, são úmidas e possuem uma vegetação baixa, resistente à salinidade. Essas gramíneas ajudam na fixação da duna e dão suporte à manutenção de um ecossistema do qual fazem parte alguns tipos de caranguejo, aranhas e pequenos roedores. Têm de 2 m a 3 m de altura, no máximo. Na faixa seguinte, distantes de 50 m a 100 m da linha d'agua, encontram-se dunas que podem atingir até 20 m de altura. Sua vegetação é mais exuberante, composta por erva-capitão, gramíneas e leguminosas que possuem raízes bastante profundas.A terceira faixa de dunas fica distante da costa a partir de 1 km. Podem alcançar mais de 20 m de altura e possuem, além dos arbustos, pequenas árvores, no meio das quais vivem tuco-tucos e outros roedores, insetos e animais diversos, além de vários tipos de aves. Na região de Mostardas, entre a cidade e o mar, encontram·se algumas das maiores dunas do Rio Grande do Sul.As incontáveis lagoas da região exercem um papel de vital importância na formação do ecossistema costeiro. Dentre elas, uma se destaca por suas características únicas e surpreendentes: a Lagoa do Peixe. Hoje protegida por um Parque Nacional. A área do Parque Nacional da Lagoa do Peixe é uma vasta planície arenosa com várias restingas que barram as cerca de dez lagoas costeiras ali existentes e que são interligadas por estreitos canais. Com cerca de 40km de comprimento e largura que não excede a 1.000 m, a lagoa do Peixe atinge a profundidade máxima, de apenas 80 cm, no período de cheia, durante o inverno. Somente Junto à barra de comunicação com o mar é que a profundidade chega a 2 m.Box – A variedade de planctions, crustáceos e peixes, alem de moluscos e algas que, durante a primavera e o começo do verão, quando as águas baixam, ficam depositados no seu fundo lodoso, atraem milhares de aves de mais de 180 espécies.BOX DICASDISTANCIA TOTAL: 1046km.ASFALTO: 414kmTERRA (PRAIA E TRILHA): 632km.4x4: 90% do trecho de terra.GRAU DE DIFICULDADE: fácil a médio (difícil, se chover).PONTOS CHAVES DO ROTEIRO: Porto Alegre, Tramandaí, Quintão, Mostardas, São José do Norte, Rio Grande.NAO DEIXE DE PRATICAR: surfe. 290 km de praia.NÃO DEIXE DE IR: a desembocadura da Barra do Rio Grande e a Ponta do Cristóvão Pereira.DICA MITSUBISHI – amanhecer dourado nos 12 km de dunas que margeiam a trilha de mostardas até o litoral.INDISPENSÁVEL = guia para a travessia da Lagoa do Peixe; recomendável para acesso a Ponta do Cristóvão Pereira.ATENÇÃO – certificar-se do horário das marés; maré alta inviabiliza viagem pela praia.ONDE COMER:
defumados e camarão frito no Bar do Pedrinho – Farol da Solidão; trivial caseiro na churrascaria Scheffer, em Mostardas, e na churrascaria Brisamar do Norte, em São José do Norte.ONDE DORMIR:
Mostardas encontra-se a meio caminho de todo o roteiro e é ponto estratégico de saídas para a Lagoa dos Patos. Possui precária infra estrutura hoteleira, com hotéis e pousadas bem simples. Por R$20,00* dorme-se bem no hotel Scheffer.
Topografica
Tramandaí, Quintão, Mostardas, São José do Norte e Rio Grande (RS)
1 Comment
Como devo proceder para conseguir a autorização do IBAMA para rodar entre o Farol da Solidão e a Lagoa do Peixe?